Análise: Ao considerar seus interesses, Rússia se dispõe a pagar o preço
O presidente Barack Obama advertiu a Rússia de que "haverá custos" para uma intervenção militar na Ucrânia.
Mas os Estados Unidos têm poucas opções 'palatáveis' para a imposição de tais custos, e a história recente tem mostrado que, quando considera os seus interesses em jogo, a Rússia tem se mostrado disposta a pagar o preço.
Mesmo antes de o presidente Vladimir Putin declarar no sábado a intenção de enviar tropas ao território ucraniano da Crimeia, Obama e sua equipe já discutiam como iriam responder.
Eles falaram sobre o cancelamento da viagem do presidente a uma reunião de cúpula na Rússia, em junho, da possibilidade de Moscou ser excluído do G8 e de os EUA movimentarem navios de guerra para a região.
Esse é o mesmo menu de ações oferecido ao presidente George W. Bush em 2008, quando a Rússia entrou em guerra com a Geórgia, outra ex-república soviética.
Mas os custos impostos na época se provaram apenas marginalmente eficazes, e de curta duração.
A Rússia parou o avanço, mas, quase seis anos depois, mostra que nunca viveu plenamente os termos do cessar-fogo que assinara.
E, qualquer que seja a pena que tenha pagado à época, evidentemente não a impediu de novamente incomodar um vizinho.
Putin tem demonstrado que os custos para a reputação internacional de Moscou não irão detê-lo.
Ele, evidentemente, calculou que os danos diplomáticos não superariam o que ele vê como uma ameaça ao interesse histórico da Rússia na Ucrânia, que foi governada por Moscou até a dissolução da União Soviética, em 1991.
Putin pode interromper por um tempo a ação na Crimeia, península em grande parte de língua russa, mas também pode justificar uma presença militar de longo prazo dizendo que as tropas estão lá para defender a população local de um novo governo pró-Ocidente.
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