Obama diz a Putin que EUA não reconhecem resultado de referendo
Em telefonema na tarde deste domingo, o presidente Barack Obama disse ao colega russo, Vladimir Putin, que não reconhece o resultado do referendo na Crimeia a favor da anexação da península à Rússia e pediu que Moscou retire suas tropas do território para poder iniciar uma negociação para o fim da crise.
Segundo a Casa Branca, Obama afirmou que o referendo "viola a Constituição, a soberania e a integridade territorial ucranianas" e "foi realizado sob a pressão de uma intervenção militar russa".
A resposta de Putin, segundo o Kremlin, é que o voto da população da Crimeia foi "totalmente consistente com a lei internacional" e tem um precedente na declaração de independência do Kosovo em relação à Sérvia, em 2008, que foi apoiada pelos EUA.
Putin ainda argumentou que o referendo na Crimeia só ocorreu depois que as autoridades ucraniana mostraram "inabilidade e falta de vontade" para "coibir grupos ultranacionalistas e radicais de aterrorizar civis, incluindo a população que fala russo".
Obama afirmou que o conflito ainda pode ser resolvido de forma diplomática, de uma forma que atenda aos interesses da Rússia e da Ucrânia, mas só com a saída das tropas russas da Crimeia.
"Mas essa solução diplomática não pode ser atingida enquanto as forças militares russas seguirem sua incursão no território ucraniano e com os exercícios militares na fronteira com a Ucrânia, que só aumentam a tensão", disse o americano.
Segundo Obama, o secretário de Estado, John Kerry, está pronto para trabalhar com o chanceler russo, Sergei Lavrov, e o governo ucraniano para encontrar essa solução.
Mais cedo, em entrevista à NBC, o conselheiro-sênior da Casa Branca Dan Pfeiffer disse que Moscou pode esperar por sanções econômicas dos EUA nos próximos dias.
"Estamos colocando o máximo de pressão que podemos sobre os russos para fazer a coisa certa", disse Pfeiffer.
"Demos a eles a oportunidade de diminuir as tensões e colocar as coisas em seu devido lugar, porque eles sabem que há custos para sua ação. Os custos são econômicos", disse.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de uma ação militar, Pfeiffer disse que a Casa Branca está se concentrando em aprovar, no Congresso, um projeto de lei de ajuda econômica para a Ucrânia.
No entanto, ele sugeriu que o uso da força ainda não foi descartado. "Nós estamos olhando para todas as formas de ajuda", disse.
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