EUA não descartam envio de armas letais à Ucrânia, afirma Casa Branca
Os EUA ainda consideram a possibilidade de enviar armas para o Exército da Ucrânia caso os esforços diplomáticas para reduzir as tensões com a Rússia falhem, afirmou nesta segunda-feira (9) o presidente Barack Obama.
Em entrevista coletiva ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, em Washington, Obama ressaltou que as sanções aplicadas até agora "não dissuadiram [o presidente russo Vladimir] Putin da ideia de manter esse rumo".
Por isso, ele pediu à sua equipe que "analise todas as opções", inclusive o envio de armas letais, para aumentar a capacidade da Ucrânia de defender-se dos separatistas pró-Rússia, alegadamente apoiados por Moscou.
O presidente admitiu, no entanto, que a possibilidade de uma solução militar para a questão sempre foi pequena. "Eu ainda não tomei uma decisão", afirmou.
O armamento dos militares ucranianos é o principal ponto de discórdia entre Obama e Merkel, que se reuniram nesta segunda na Casa Branca. A maioria dos países europeus discorda da estratégia, sob o argumento de que ela só pioraria o conflito.
"Vamos continuar perseguindo uma solução diplomática, mesmo que tenhamos sofrido com uma série de obstáculos", disse a chanceler alemã. "Eu sempre disse que não exergo uma solução militar para esse conflito."
Editoria de arte/Folhapress |
Ainda assim, os líderes se esforçaram para demonstrar que permanecem unidos. "A agressão russa apenas reforçou a unidade entre os EUA, a Alemanha e outros aliados europeus", afirmou Obama.
Nesta segunda, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram novas sanções contra a Rússia, mas elas só devem entrar em vigor caso fracassem as negociações de paz marcadas para os próximos dias.
Na quarta (11), França e Alemanha devem mediar encontro em Minsk (capital de Belarus) entre autoridades russas e ucranianas. Mas o ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, afirmou que a cúpula ainda não foi confirmada.
Em visita ao Egito, Putin disse a um jornal do país que a culpa da crise na Ucrânia é dos EUA e de seus aliados ocidentais, "que se consideram os vencedores da Guerra Fria". "Ela surgiu em resposta às tentativas de impor suas vontades em todo lugar."
"As promessas de não expandir a Otan para o leste se mostraram vazias. Vimos a estrutura da Otan se aproximando cada vez mais das fronteiras russas e como os interesses da Rússia estavam sendo ignorados", acrescentou.
Também nesta segunda, o governo de Kiev denunciou a entrada de 1.500 soldados russos em sua fronteira leste durante o último final de semana (7 e 8 de fevereiro).
Segundo a ONU, mais de 5.300 pessoas morreram nos quase dez meses de conflito.
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