Exército ucraniano conclui retirada de cidade dominada por separatistas
As tropas do Exército ucraniano concluíram nesta quinta-feira (19) sua retirada da cidade de Debaltseve, no leste do país, que é dominada por separatistas pró-Rússia.
A saída acontece uma semana após o acordo de cessar-fogo entre as autoridades de Kiev e os rebeldes, que foi mediado por Rússia, Alemanha e França. Mas a trégua, que deveria começar no domingo (15), ainda não entrou totalmente em vigor.
Segundo o líder da autoproclamada República Popular de Donetsk, Alexander Zakharchenko, seus combatentes "terminaram a operação de limpeza de formações armadas ilegais", como eles se referem aos soldados leais a Kiev.
Por outro lado, o porta-voz militar ucraniano, Anatoliy Stelmakh, disse que ao menos 90% das forças ucranianas deixaram a região, embora não tenha dado detalhes de que se a operação foi concluída.
A retirada das tropas do Exército ucraniano começou na quarta (18), após três semanas de intensos combates pelo controle de Debaltseve, que abriga o principal entroncamento de transporte do leste ucraniano.
Os rebeldes afirmam que mataram até 3.500 soldados ucranianos e prenderam outros militares, mas as informações não foram confirmadas pelo governo. A retirada foi feita a pedido do presidente ucraniano, Petro Poroshenko.
O Exército ucraniano informou que 13 soldados morreram, 82 estão desaparecidos e outros 157 ficaram feridos durante as últimas 24 horas na região. Outros 90 militares foram capturados pelos separatistas, que comemoraram a saída das forças de Kiev.
DIPLOMACIA
Nesta quinta, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da França, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, concordaram em fazer um novo reforço para poder fazer com que o cessar-fogo seja respeitado.
Os quatro líderes concordaram em defender a aplicação com rigor de todos os termos do pacto, como a retirada de armamento pesado, a entrada dos observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce) e a libertação de presos políticos dos dois lados.
Horas após a retirada, a Rússia passou a fornecer gás ao leste da Ucrânia, dominado pelos separatistas, pela primeira vez em quase um ano. Segundo a estatal russa Gazprom, a medida foi tomada por questões humanitárias.
Desde a queda do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro de 2014, a Rússia vem interrompendo o fornecimento de gás à Ucrânia, alegando falta de pagamento. O combustível passou a ser fornecido ao país por vizinhos do leste europeu membros da União Europeia.
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