Sob Dilma, voz do Brasil no exterior virou um sussurro, defende NYT
Sob o governo de Dilma Rousseff, a voz do Brasil virou um "sussurro" no cenário internacional, e agora a presidente deveria intensificar a atuação brasileira no exterior, defendeu um editorial do jornal "The New York Times" neste sábado (21).
Segundo o "NYT", as expectativas em relação ao governo de Dilma não vêm sendo respondidas nem no plano doméstico nem no externo.
Jewel Samad/AFP | ||
Barack Obama e Dilma se cumprimentam durante cúpula do G20 na Rússia, em setembro de 2013 |
"Enquanto as outras três grandes economias emergentes, China, Rússia e Índia, perseguem intensamente seus interesses na política externa, sob a batuta de Dilma, a voz do Brasil na arena internacional foi pouco mais que um sussurro", diz o editorial.
Para o "NYT", frente aos diversos desafios internos, tais como as denúncias de corrupção na Petrobras e o pedido por seu impeachment por parte da população, a presidente deveria "olhar para fora" do país, buscando fortalecer o papel do Brasil no cenário internacional.
O jornal sugere que o primeiro movimento para isso deveria vir pela expansão dos laços comerciais e das relações diplomáticas com os Estados Unidos, onde muitos funcionários do governo veem a presidente como uma líder "mais pragmática" de que seu "predecessor e mentor", Lula.
Tais relações ficaram comprometidas em 2013, quando o ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA), Edward Snowden, revelou que Dilma havia sido alvo de espionagem do governo americano.
Para o jornal, o Brasil pode exercer um papel essencial em países que vem ganhando importância para os Estados Unidos: Cuba e Venezuela.
Na Venezuela, o Brasil poderia trabalhar para colocar em diálogo o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição, segundo o "NYT". Já em Cuba, o Brasil poderia exercer um "papel construtivo na evolução política e econômica" da ilha. "O Brasil já investiu em um imenso porto que ajudou a ressuscitar a anêmica economia cubana", diz o jornal, em referência ao porto de Mariel.
Para o "NYT", como uma "líder de esquerda" e uma "ex-prisioneira política que sofreu tortura durante uma era de repressão e ditadura militar no Brasil", Dilma "poderia fazer mais para ajudar na causa daqueles que defendem valores democráticos e dos movimentos sociais que permitiram que um dia ela chegasse ao poder".
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