Coreia do Norte diz que reativou reatores para fazer bombas atômicas
Um dia após anunciar o lançamento de um foguete de longa distância, a Coreia do Norte afirmou nesta terça-feira (15) que modernizou e reiniciou suas instalações nucleares para construir bombas atômicas em maiores "quantidade e qualidade".
O diretor do programa de energia atômica norte-coreano disse, segundo a agência oficial KCNA, que "foram reorganizadas (...) e começaram a operar normalmente" as instalações nucleares de Yongbyon, que estavam oficialmente inativas desde 2007 e representam a única fonte de combustível nuclear do país.
O diretor, que não teve seu nome revelado, também afirmou que o país está "completamente preparado para reagir com armas nucleares" às políticas hostis dos Estados Unidos e de outras forças.
Kyodo - 27.jun.2008/Reuters | ||
Foto de arquivo mostra instalações nucleares de Yongbyon, que foram reativadas |
O gesto deve agravar o isolamento do regime norte-coreano em relação ao resto do mundo e é visto como uma tentativa do ditador Kim Jong-Un de pressionar os Estados Unidos a entrar em negociações para abrandar as sanções que prejudicam a economia do país.
Acredita-se que Pyongyang conte hoje com um pequeno arsenal de bombas atômicas, além de uma série de mísseis de curto e médio alcances. Os EUA temem que o avanço do programa nuclear norte-coreano leve ao desenvolvimento mísseis nucleares de longo alcance que poderiam atingir solo americano.
A Coreia do Norte, governada desde 1948 pela dinastia Kim, mantém sob segredo seu programa nuclear sob o pretexto de exercer seu direito soberano à defesa. Ao longo das últimas décadas, o regime realizou três testes atômicos e afirmou várias vezes ter desligado ou reativado suas instalações nucleares.
FOGUETE
Na segunda-feira (14), a agência espacial norte-coreana disse estar preparada para disparar um foguete de longo alcance para lançar um novo satélite geoestacionário.
"O mundo verá voar muito claramente no céu uma série de satélites no tempo e no lugar determinados pelo" Partido dos Trabalhadores, disse um diretor do órgão à KCNA.
O anúncio foi qualificado pela Coreia do Sul como uma "grave provocação" e "uma clara violação das resoluções da Organização das Nações Unidas".
Em agosto, as Coreias trocaram artilharia e retomaram negociações para evitar a escalada militar.
As hostilidades entre os dois países ocorrem desde a Guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um armistício, não um tratado de paz. Tecnicamente, a região vive até hoje em estado de guerra.
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