Índia condena motorista do Uber que estuprou cliente
Uma corte indiana considerou culpado nesta terça (20) um ex-motorista do Uber que estuprou uma passageira em Déli em dezembro de 2014, disse um advogado envolvido no caso.
O caso, no qual a mulher alegou também ter sido espancada após embarcar no carro do agressor, Shiv Kumar Yadav, causou comoção no país e deflagrou mais uma discussão sobre a segurança das mulheres no país.
Acidade, que tem o status de território nacional, baniu o Uber após o incidente, afirmando que a companhia, cuja sede fica na Califórnia, não checou adequadamente os antecedentes de seus motoristas.
Depois que o caso ganhou notoriedade, diversas queixas de violência sexual surgiram contra Yadav, embora não houvesse nenhuma queixa registrada.
Chandan Khanna/AFP | ||
Policiais escoltam motorista do Uber acusado de estuprar cliente, em Déli |
A corte considerou Yadav culpado de estupro, sequestro e intimidação. A sentença deve ser anunciada na sexta-feira (23) —o motorista pode ser condenado à prisão perpétua. A defesa anunciou que pretende recorrer.
A passageira também chegou a processar o Uber em uma corte federal dos EUA, em janeiro, mas retirou sua queixa posteriormente.
O Uber manifestou apreço pela decisão. "Violência sexual é um crime terrível e estamos satisfeitos que tenha sido feita justiça", disse o presidente do Uber na Índia, Amit Jain, em nota.
"Segurança é uma prioridade para o Uber e nós tivemos muitos avanços como resultado das lições que aprendemos deste caso terrível.
O Uber e seu concorrente local, Ola, solicitaram licenças de táxi para continuarem a operar em Déli, mas esta não foi dada pelas autoridades.
Na última semana, porém, o governo indiano publicou novas diretrizes para a implantação de serviços de carros particulares baseados em aplicativos.
VIOLÊNCIA HISTÓRICA
Não é a primeira vez que um caso de estupro na Índia gera repercussão internacional. Em dezembro de 2012, também em Déli, a estudante de fisioterapia Jyoti "Nirbhaya" Singh voltava de ônibus com um amigo após ter ido ao cinema quando foi espancada e estuprada por seis homens. Ela morreu em decorrência dos ferimentos.
Diversos outros casos de estupro e violência contra mulheres vieram à tona no país desde então.
Como resultado do caso de Jyoti Singh, diversas cortes especiais foram criadas para julgar mais rapidamente casos semelhantes na Índia —incluindo o que condenou o motorista.
A Índia registrou 36,735 casos de estupro em 2014, mas especialistas dizem que esta é apenas a ponta do iceberg, já que a maioria dos casos não chega a ser reportada. O Judiciário também é criticado por não julgar com rapidez e eficiência a maioria dos processos.
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