Estado Islâmico reivindica ataque em boate na Turquia
A facção terrorista Estado Islâmico reivindicou nesta segunda (2) a autoria do atentado que matou 39 em uma casa noturna em Istambul durante festa de Ano-Novo.
O autor dos disparos segue foragido, mas o governo turco afirmou durante o dia estar prestes a identificá-lo. Oito suspeitos foram detidos.
A reivindicação do EI foi feita por meio de uma nota em que justificava a ação devido à intervenção turca na Síria. A Turquia é parte da coalizão internacional que bombardeia o território dessa facção radical.
"O governo apóstata turco deveria saber que o sangue de muçulmanos vai incendiar a sua própria terra", diz a nota.
A Turquia era mencionada como "ajudante da cruz", referindo-se a sua aliança com os EUA, retratados como "cruzados" por militantes.
Numan Kurtulmus, vice-premiê turco, afirmou que o país irá prosseguir com sua campanha militar na Síria, a despeito do atentado.
O comunicado divulgado pelo EI também descrevia a casa noturna Reina, atacada no Ano-Novo, como um ponto de encontro para cristãos celebrarem seu "feriado pagão".
O clube é conhecido por ser frequentado por celebridades e pela elite turca. As vítimas incluíam cidadãos de países como França, Israel e Líbano.
Surgiram durante a segunda (2) detalhes sobre o ataque, que durou sete minutos e envolveu o disparo de 180 balas.
O atirador se aproximou do clube de táxi, mas, devido ao trânsito, completou o percurso a pé. Ele disparou contra duas pessoas na porta e invadiu o estabelecimento arremessando duas granadas.
Havia cerca de 600 pessoas dentro da casa noturna.
O autor poderia ser de origem centro-asiática e ter laços com o EI, de acordo com o jornal "Hurriyet". Ele estaria ligado ao ataque ao aeroporto de Istambul em junho, em que 45 pessoas foram mortas.
A imprensa turca divulgou um vídeo em que o possível suspeito caminhava pela praça Taksim, um dos principais pontos turísticos da cidade.
Impressões digitais e informações sobre sua aparência foram recolhidas durante o dia. Oito pessoas foram detidas, mas não há detalhes sobre sua relação com o ataque.
Uma das questões em aberto em relação ao atentado é o fato de que o atirador escapou do clube noturno, localizado diante de uma estação de polícia. Há relatos de que ele teria se misturado aos civis feridos na saída do local.
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