Nova York registra índice de violência mais baixo em 25 anos

BENJAMIN MUELLER
AL BAKER
DO "NEW YORK TIMES"

Uma queda forte na violência entre gangues levou o número de tiroteios registrados em Nova York ao seu mais baixo total em pelo menos um quarto de século, de acordo com dados da polícia, como resultado do que dirigentes da polícia definem como foco na repressão a gangues e detenções direcionadas em alguns dos bairros mais brutos da cidade.

Os dados da polícia, obtidos pelo "New York Times", pintam um retrato detalhado dos motivos, locais e circunstâncias por trás de homicídios e tiroteios nos dois últimos anos.

Os ataques a tiros envolvendo gangues caíram a 412 em 2016, ante 560 no ano anterior, de acordo com os dados, que acompanham ataques a tiros e homicídios até 28 de dezembro de cada ano. O número de homicídios associados a gangues caiu a 79 em 2016, ante 129 em 2015.

As quedas ajudaram a reduzir o número de ataques a tiros na cidade a 998 até o final do ano, uma baixa recorde, segundo a polícia, ante 1.138 em 2015. Os homicídios também caíram, a 335 ante 352 no ano anterior.

O comissário da polícia de Nova York, James O'Neill, e o prefeito Bill de Blasio devem discutir esses esforços em uma entrevista coletiva em Brooklyn na quarta-feira (4).

Dezenas de ações de repressão a gangues, resultando em mais de 900 prisões, tiraram pessoas violentas das ruas e tornaram mais arriscado participar de crimes relacionados a gangues, disseram dirigentes policiais.

"O policiamento de precisão toma por alvo as pessoas responsáveis pela violência, que em número significativo de casos são parte de gangues", disse Stephen Davis, principal porta-voz da polícia nova-iorquina. "Ao tomar por alvo os membros de gangues, e prendê-los, o resultado é a redução da violência".

Os crimes violentos vêm sendo mais persistentes em algumas comunidades. Mas a polícia, ao continuar a promover uma redução do crime ainda que tenha reduzido o uso de ações pesadas e táticas agressivas como as revistas a suspeitos na rua, mostrou o valor de concentrar recursos no combate aos crimes sérios, disse David Kennedy, professor no John Jay College of Criminal Justice.

A queda na violência em Nova York contraste fortemente com outras cidades, especialmente Chicago, onde o número de homicídios e ataques a tiros aumentou fortemente em 2016; a cidade encerrou o ano com 762 homicídios.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

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