Presidente sul-coreana deixa palácio presidencial dois dias após destituição
Choi Jae-koo/Associated Press | ||
A ex-presidente sul-coreana Park Geun-hye chega a sua residência, em Seul |
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, deixou o palácio presidencial neste domingo (12), dois dias após ser destituída pela Corte Constitucional, abrindo uma nova página na história do país.
Park deixou a Casa Azul às 7h (horário de Brasília) e foi para a sua residência particular, localizada no sul de Seul, onde centenas de simpatizantes se reuniram para protestar contra a decisão da Corte Constitucional, de acordo com a agência de notícias Yonhap.
Imagens transmitidas ao vivo pela televisão sul-coreana mostraram uma limusine preta deixando a Casa Azul, o palácio presidencial, escoltada por dezenas de policiais em motocicletas.
"A presidente Park Geun-Hye acaba de deixar a Casa Azul para a sua residência privada. Nenhuma declaração foi feita à sua partida", informou um porta-voz da presidência, Kim Dong-Jo.
Cerca de 800 policiais também foram mobilizados para prevenir atos de violência nos arredores, após protestos de partidários e opositores da presidente deixaram três mortos em confrontos com as forças de segurança nos últimos dias.
A Corte Constitucional confirmou na sexta-feira (10) a destituição de Park, votada em dezembro pela Assembleia Nacional, efetivando a sua saída do poder. Os juízes entenderam que Park infringiu a lei ao permitir que sua amiga e confidente Choi Soon-Sil se intrometesse nos assuntos de Estado e violou as regras do serviço público.
Primeira presidente democraticamente eleita a ser destituída, Park preferiu se manter reclusa na Casa Azul e não se pronunciou após a decisão da Corte.
UNIÃO
A confirmação da sua destituição a priva de todos os seus poderes e privilégios, exceto em termos de segurança. A perda de sua imunidade política também a expõe a possíveis ações legais.
Uma nova eleição presidencial deve ser organizada no prazo de 60 dias, a contar da decisão da Corte Constitucional. A imprensa local aponta para 9 de maio como a data mais provável para a votação.
No início do dia, Moon Jae-In, apontado como favorito para suceder a presidente deposta, apelou para a união para fazer seu país entrar em uma "nova história".
Moon, ex-líder do Partido Democrata, partido da oposição, é o grande favorito nas pesquisas, com o apoio de 36% dos eleitores nas últimas pesquisas.
"Se o poder de velas nos levou até aqui, agora temos de trabalhar juntos para completar a vitória", declarou Moon durante uma coletiva de imprensa neste domingo, referindo-se às manifestações semanais dos últimos meses, durante às quais os participantes carregando velas pediam o impeachment de Park.
"A Coreia do Sul vai entrar numa nova história através de uma mudança de regime", acrescentou.
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