Boko Haram liberta mais de 80 estudantes sequestradas por três anos
AFP | ||
Imagem de vídeo, divulgado em agosto, que diz mostrar garotas sequestradas e combatente do grupo |
Dezenas de estudantes de Chibok que tinham sido sequestradas pelo Boko Haram foram liberadas neste sábado (6), depois de mais de três anos nas mãos do grupo nigeriano, informaram fontes do governo, militares e familiares.
Horas depois de o fato ter sido divulgado, o governo informou que a liberação foi feita em troca de alguns suspeitos do Boko Haram presos pelas autoridades. O anúncio foi a primeira confirmação do governo de uma troca, durante meses de negociação com o grupo extremista.
Depois da negociação que resultou na libertação de 21 garotas, em outubro, o governo negou que ela tivesse sido motivada por pagamento de resgate ou libertação de combatentes. O comunicado diz ainda que o presidente Muhammadu Buhari deve se encontrar com as garotas neste domingo, na capital Abuja.
Mais cedo, Enoch Mark, pai de duas jovens sequestradas, afirmou que havia sido informado da libertação. "Nos mantemos informados através do movimento 'Bring Back Our Girls' [que pede a liberação das estudantes] e de um oficial do Estado de Borno. É uma excelente notícia para nós", disse.
O BBOG informou em comunicado no Twitter que "as expectativas são grandes. Nos alegra ouvir de maneira oficial que a notícia esteja confirmada e seja certa".
Na sexta-feira, as embaixadas britânica e americana afirmaram que tinham recebido informações de que o Boko Haram planejava um sequestro de estrangeiros no eixo "Banki-Kumshe".
As ONGs, particularmente ativas na região, devastada por oito anos de conflitos, tiveram que suspender as atividades nesta área.
Em meados de abril o sequestro de cerca de 200 jovens pelo grupo completou três anos.
Noticiado por meios de comunicação de todo o mundo, o sequestro provocou uma onda de indignação da qual participaram celebridades mundiais pelas redes sociais com a hashtag
#bringbackourgirls (devolvam nossas meninas).
Em outubro de 2016, 21 jovens foram liberadas, algumas das quais tinham tido bebês em cativeiro, depois de negociações entre Boko Haram e o governo, com a participação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e da Suíça.
O porta-voz da presidência, Garba Shehu, afirmou naquele momento que se estava negociando a liberação de 83 jovens, mas que seguiam detidas por outras facções do grupo.
As estudantes de Chibok se tornaram o símbolo de dezenas de milhares de pessoas que seguem detidas pelo Boko Haram, que usa sequestros em massa para recrutar combatentes.
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