Trump chama jornalista de 'louca' e diz que ela 'sangrava horrores'

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um novo ataque do presidente Donald Trump a dois jornalistas da rede MSNBC nesta quinta-feira (29) gerou uma forte reação de repúdio, inclusive entre parlamentares republicanos, e acirrou ainda mais a tensão entre a Casa Branca e a imprensa.

Pouco depois de Mika Brzezinski, a âncora do programa "Morning Joe" com Joe Scarborough, dizer que Trump estava mentindo em sua conta numa rede social sobre uma reportagem do "New York Times", o presidente usou a mesma plataforma para chamar Brzezinski de "louca de baixo QI" e Scarborough de "maluco".

Ele disse que recusou um convite para se juntar aos dois durante a época do Réveillon, quando eles tentaram entrevistá-lo em seu resort na Flórida e "ela sangrava horrores [por causa] de um facelift [plástica no rosto]".

O ataque a Brzezinski foi considerado sexista e comparado ao feito por Trump, durante a campanha, contra a ex-âncora da Fox News Megyn Kelly. Após um debate mediado por Kelly, ele sugeriu que a jornalista teria o confrontado mais assertivamente por estar de TPM.

"Obviamente, não vejo esse comentário como apropriado", disse o presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, aliado de Trump. A senadora republicana Susan Collins disse que o presidente precisava mostrar "respeito e civilidade".

A vice-porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que Trump não se desculparia e que ele estava apenas combatendo "fogo com fogo".

Brzezinski respondeu apenas publicando uma foto de uma embalagem de cereal na qual se lê "feito para mãos pequenas", numa referência aos ataques feitos pelo senador republicano Marco Rubio durante a campanha. Ele dizia que Trump tem mãos pequenas, numa insinuação sobre outra parte da anatomia do empresário.

Para Marvin Kalb, professor de Harvard e jornalista, o ataque aos âncoras foi "inaceitável" e "patético". "O presidente tem insultado a mídia quase diariamente, mas isso foi particularmente feio."

O alvo mais recente (e o mais constante) de Trump vinha sendo a rede CNN, que, na última semana, tirou do ar uma reportagem que afirmava que o Congresso estaria investigando um "fundo de investimento russo com laços com funcionários de Trump".

De acordo com a emissora, a reportagem, que citava uma fonte anônima, não estava dentro de seus padrões editoriais exigidos. Três jornalistas ligados à reportagem se demitiram.

"A CNN tem tentado manter a sua credibilidade com a maior audiência possível", afirma Kalb, acrescentando que a emissora passou "por maus momentos" nas últimas semanas. "E Trump tem tentado se aproveitar desses momentos."

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