Donald Trump diz que Rússia tem 'comportamento desestabilizador'
Em escala na Polônia antes de seguir para a Alemanha, onde terá nesta sexta (7) o primeiro encontro com o líder russo, Vladimir Putin, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Moscou deve deixar de lado seu comportamento "desestabilizador" e abandonar o apoio aos governos da Síria e do Irã.
"Instamos a Rússia a parar com suas ações desestabilizadoras na Ucrânia e em qualquer outro lugar e com seu apoio a regimes hostis (...) e se juntar à comunidade de nações responsáveis na nossa luta contra os inimigos comuns e em defesa da civilização", disse Trump no discurso em Varsóvia, sob aplausos.
Num discurso em que condenou o extremismo, Trump disse que é preciso "defender a civilização" ocidental de desafios como o terrorismo. "A questão fundamental do nosso tempo é se o Ocidente tem a vontade de sobreviver."
O presidente ainda afagou o país anfitrião ao elogiar a recente decisão da Polônia de prosseguir com a compra de um sistema americano de defesa antimísseis, num movimento que responde ao reforço militar russo em suas fronteiras com países da Otan, a aliança militar ocidental.
Embora tenha criticado a aliança no passado, ele disse apoiar o compromisso de defesa mútua da Otan.
Pouco antes, na entrevista coletiva com o presidente polonês, Andrzej Duda, Trump adotara um tom mais ameno ao ser questionado sobre a interferência da Rússia nas eleições americanas de 2016.
"Pode muito bem ter sido a Rússia, mas também acho que pode ter sido outros países, então não serei específico", disse. "Ninguém sabe."
A declaração traz à tona o temor de assessores de que Trump evite o tema com Putin, apesar das evidências de interferência apontadas pela inteligência americana.
O primeiro encontro entre os dois líderes terá outros assuntos espinhosos, como Síria, Ucrânia, Coreia do Norte e as sanções impostas a Moscou pelos EUA após a guerra com a Ucrânia, em 2014.
Após a declaração de Trump sobre a ação "desestabilizadora" de Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, lamentou a falta de entendimento entre os países e disse que seu governo "discorda dessa abordagem".
AFP | ||
O ditador Kim Jong-un comemora o lançamento do míssil Hwasong-14 na terça (4) |
COREIA DO NORTE
Na Polônia, Trump disse ainda que examina uma "resposta severa" à Coreia do Norte, que testou um míssil balístico na última terça (4) com capacidade de atingir o Alasca.
Na quarta (5), a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, disse que os EUA estão prontos para usar força militar contra Pyongyang.
O presidente americano pediu ainda que a comunidade internacional demonstre ao regime de Kim Jong-un que existem "consequências" para suas ações. Os EUA apresentarão uma resolução com novas sanções ao país.
"Peço a todas as nações que enfrentem esta ameaça global e demonstrem publicamente à Coreia do Norte que há consequências para seu comportamento muito ruim", disse.
CNN
Trump disse também que a rede CNN levou "muito a sério" um vídeo publicado por ele em uma rede social.
No domingo (2), o presidente dos EUA publicou uma montagem em que ele aparece batendo e derrubando uma pessoa com o logotipo da CNN no lugar do rosto.
A postagem provocou reações no mundo inteiro. Para a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o estilo de Trump pode incentivar atos de violência contra jornalistas.
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