Japão vai comprar mísseis com alcance para atingir a Coreia do Norte

DA REUTERS

O Japão vai adquirir mísseis de ataque aéreos que terão capacidade para atingir a Coreia do Norte e que serão a arma de maior alcance do país.

O ministro da Defesa, Itsunori Onodera, não se referiu à ditadura de Kim Jong-un ao anunciar a compra nesta sexta-feira (8). Segundo ele, o equipamento será usado apenas para a defesa do país, que ainda dependerá dos Estados Unidos para atingir as bases inimigas.

"Estamos planejando introduzir o JSM [sigla para mísseis conjuntos de ataque] que serão montados nos caças F-35A como mísseis que podem ser disparados além do alcance das ameaças do inimigo", disse Onodera em entrevista coletiva.

Segundo ele, o novo míssil, de origem norueguesa, tem capacidade de atingir alvos a uma distância de 500 quilômetros. Atualmente, os militares japoneses tem apenas mísseis de defesa antiaérea ou antinavio, com capacidade máxima de 300 quilômetros.

Como os novos mísseis podem ser colocados em caças e disparados do ar, eles tem capacidade de chegar ao território norte-coreano —a distância mínima entre os dois países é de 530 quilômetros.

Onodera disse que o país também pretende adquirir outro míssil, o JASSM-ER, com alcance de até mil quilômetros e que serão usados nos caças F-15.

A Constituição japonesa, feita após a Segunda Guerra por imposição americana, determina que as forças militares do país sejam usadas apenas para autodefesa e proíbe Tóquio de declarar guerra.

O plano de compra das novas armas deve aumentar o debate no país sobre as tentativas do primeiro-ministro Shinzo Abe de reformar a carta para aumentar a capacidade de ataque do país.

A ideia, porém, enfrenta a oposição de parte dos parlamentares e da opinião pública.

Políticos favoráveis a mudança, como Abe e Onodera, citam o aumento das tensões com a Coreia do Norte como principal justificativa para uma possível mudança constitucional. Segundo eles, o país precisa ter uma capacidade de atacar Pyongyang caso seja necessário.

Na fim de novembro, a Coreia do Norte testou um novo míssil intercontinental, que teria um alcance de até 12,9 mil quilômetros.

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