Às vésperas de conversas sobre coalizão, apoio a Merkel diminui
John MacDougall - 19.dez.2017/AFP | ||
A chanceler alemã Angela Merkel durante cerimônia em Berlim |
Se Angela Merkel voltar a ser chanceler da Alemanha, quase metade dos eleitores gostaria que ela renunciasse logo. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo instituto de opinião YouGov, encomendada pela agência alemã DPA e publicada na edição desta quarta-feira (27) do jornal "Die Welt".
Os conservadores de Merkel venceram a eleição nacional em setembro, abrindo caminho para seu quarto mandato consecutivo, mas perderam apoio para a direita nacionalista, e as conversas com os Verdes e com os liberais FDP para a formação de uma coalizão fracassaram em novembro.
Agora Merkel está depositando suas esperanças em um acordo com o Partido Social Democrata (SPD) de centro-esquerda, que ficou em segundo na eleição, mas até agora não expressou entusiasmo com a ideia de renovar a "grande coalizão" que governou o país entre 2013 e 2017.
A pesquisa indicou um sinal raro de que o apoio interno à líder mais influente da Europa pode estar minguando. O resultado mostrou que 47% dos entrevistados querem que Merkel se retire antes de 2021, quando seu quarto mandato terminaria -mais do que os 36% de uma sondagem realizada no início de outubro.
Em contraste, 36% preferem que ela cumpra os quatro anos -eram 44% três meses atrás.
ESTADOS UNIDOS DA EUROPA
O SPD, que perdeu terreno entre os eleitores depois de formar a coalizão com Merkel, vem relutando em se comprometer com uma reedição da aliança, já que sua base partidária deve continuar cética.
Sigmar Gabriel, ministro das Relações Exteriores alemão e ex-líder do SPD, adotou uma postura rígida nesta quarta-feira no diário "Bild".
"Se a chancelaria continuar a rejeitar todas as propostas de reforma da União Europeia, não haverá coalizão com o SPD."
O atual líder dos SPD, Martin Schulz, defende uma reforma da zona do euro e pediu a criação dos Estados Unidos da Europa até 2025.
Gabriel também disse que os conservadores precisam reformar o sistema de saúde para diminuir a diferença entre a saúde particular e a pública.
Uma pesquisa da empresa INSA publicada no "Bild" mostra um crescimento de dois pontos para os conservadores de Merkel, que chegaram a 33% das preferências, e o SPD recuando meio ponto e ficando com 20,5%.
O partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que capitalizou os temores do eleitorado a respeito da desigualdade crescente e o impacto da crise imigratória europeia na Alemanha e estreou no Parlamento em setembro, perdeu um ponto e apareceu com 13%.
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