Inovar para expandir
O programa de wi-fi da cidade de São Paulo oferece internet gratuita e de qualidade em 120 localidades, aliando inclusão digital à ocupação dos espaços públicos.
A meta do prefeito João Doria (PSDB) e da nova administração municipal é ousada. Prevê a expansão desta rede de conectividade, em 2018, para mais de 500 equipamentos públicos, como bibliotecas, centros culturais e desportivos, unidades básicas de saúde, pontos turísticos, praças e parques.
Levaremos o acesso às pessoas que mais precisam dele, formando a maior rede de wi-fi livre do país.
Uma grande barreira para essa expansão é o custo do serviço. Cada ponto de wi-fi é mantido pelos cofres públicos a um valor médio de quase R$ 9.000 mensais, totalizando cerca de R$ 13 milhões ao ano.
O momento de restrição orçamentária não apenas limita a capacidade de ampliação do programa como coloca em risco sua continuidade.
Por isso, é importante buscar soluções alternativas de financiamento e modelos de negócios que garantam sua perenidade e sustentabilidade, em parceria com a iniciativa privada.
A Prefeitura de São Paulo avalia custear o provimento do wi-fi público por meio de publicidade, prática largamente utilizada em metrópoles como Paris e Nova York.
Nesta última, por exemplo, o formato de monetização é pautado pela exploração publicitária na paisagem urbana. Cada totem possui dois painéis digitais de 55 polegadas, veiculando publicidade o tempo todo.
Os projetos em análise para a expansão da rede de conectividade em São Paulo não ferem a privacidade dos usuários, pois não preveem a coleta e o monitoramento de dados pessoais, em consonância com o marco civil da internet.
Seguem formato similar ao sistema atualmente disponibilizado em outros espaços de circulação pública - como metrôs, aeroportos, terminais rodoviários, shoppings-,solicitando dados mínimos para o cadastro, como nome e e-mail.
As informações privadas dos usuários ou o perfil de navegação não poderão ser compartilhados sob hipótese alguma, inclusive para uso comercial, publicitário ou estatístico. Assim, a alegação de que a prefeitura poderia "analisar a navegação de cada pessoa e vender esses dados para a iniciativa privada" não procede.
Após meses de estudos técnicos e contatos com especialistas, convocamos a sociedade civil a debater o assunto por meio de uma consulta pública, lançada em 18 de julho, oferecendo a oportunidade para esclarecer dúvidas e receber subsídios para o aprimoramento do projeto.
Convidamos todas as pessoas que se interessam pelo tema a participar desta discussão e a ajudar a levar o wi-fi público a quem mais necessita desse serviço.
DANIEL ANNENBERG é secretário de Inovação e Tecnologia da Prefeitura de São Paulo. Foi diretor-presidente do Detran-SP
PARTICIPAÇÃO
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