Gastos do governo federal com cartões corporativos crescem 142% no 1º trimestre de 2009
Um ano após as denúncias de irregularidades no uso do cartão corporativo por autoridades e servidores do Executivo, as despesas com cartões voltaram a crescer significativamente. Os gastos de janeiro a março deste ano cresceram 142% em relação ao mesmo período de 2008.
O levantamento foi realizado por técnicos do PSDB com base em dados do Siafi (sistema eletrônico de acompanhamento orçamentário).
Lula Marques /Folha Imagem |
A pasta da Justiça, do ministro Tarso Genro, apresenta o maior aumento no uso do cartão |
Os dados mostram que as despesas passaram de R$ 4.910.363 no primeiro trimestre do ano passado para R$ 11.898.160 em 2009. Os saques em dinheiro com os cartões também aumentaram, saltando de R$ 2.195.9390 para R$ 4.407.625 --um crescimento de 100%.
O Ministério da Justiça é a pasta que apresenta maior aumento no uso do cartão. No início de 2008 gastou R$ 149,6 mil. De janeiro a março de 2009, usou R$ 2,2 milhões, um incremento de 1.397%. O que chama atenção nas despesas do ministério é que 78% foram sacados em dinheiro.
No ranking dos maiores gastadores, a Presidência da República fica em segundo lugar. As despesas com os cartões aumentaram 242% --passando de R$ 1.228.692 em 2008 para R$ 4.205,956 --de um ano para outro.
Na outra ponta do levantamento aparece o Ministério do Turismo, que não fez nenhuma despesa com o cartão. Os técnicos encontraram redução de um ano para o outro nos gastos com cartões dos Ministérios da Previdência Social (-47%), Desenvolvimento Agrário (-26%) e Comunicações (-24%).
Outro lado
O Ministério da Justiça informa que 90% dos gastos são relativos aos cartões da Polícia Federal. Segundo a pasta, esse aumento se explica porque a PF não tinha cartão corporativo em 2008 --mecanismo foi adotado em 2009. O Ministério da Justiça informa que entende que o cartão é a melhor ferramenta de pagamento, principalmente para a PF que realiza operações em lugares inóspitos e de difícil acesso.
"Tem que ver também que a PF quadriplicou inquéritos e operações", disse o ministro da Justiça, Tarso Genro.
A reportagem já entrou em contato com as assessorias da Presidência e Casa Civil para comentar o assunto, e aguarda um retorno.
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