Polícia cumpre mandados para elucidar assassinatos de jornalistas em MG
A Polícia Civil de Minas Gerais cumpre nesta quarta-feira (8) uma série de mandados de busca e apreensão na cidade de Ipatinga, na região do Vale do Aço, para avançar nas investigações dos assassinatos de dois jornalistas locais.
A operação conta com 50 policiais de Belo Horizonte que auxiliam no cumprimento de 12 mandados.
Sobe para cinco o número de policiais presos após morte de jornalistas
Segundo a Polícia Civil, os mandados foram expedidos pela Justiça na tarde de terça-feira (7). "A ação consolida uma nova etapa da investigação dos 14 crimes cometidos no Vale do Aço nos últimos anos e que são alvo de inquéritos policiais", informou em nota o comando da Polícia.
Esses 14 inquéritos são conduzidos pela chefia do Departamento de Homicídios de Belo Horizonte porque há a suspeita de envolvimento de policiais civis e militares nos crimes, entre eles as mortes do repórter Rodrigo Neto de Faria e do repórter fotográfico Walgney Carvalho, do jornal "Vale do Aço". Os crimes ocorreram em março e abril, respectivamente.
Cinco policiais foram presos temporariamente para prestar depoimentos e, segundo a polícia, há mais policiais civis e militares sendo investigados. Nenhuma informação é divulgada sob o argumento de que poderia atrapalhar os trabalhos.
Faria estava ameaçado de morte porque vinha investigando e publicando reportagens sobre crimes na região mineira praticados supostamente por um grupo de extermínio. O governador Antonio Anastasia (PSDB) disse que essa "organização criminosa" vinha agindo por "20 anos" na região.
O governador tem dado declarações cobrando agilidade da polícia nas investigações e diz admitir a participação direta da Polícia Federal no caso se não houver esclarecimentos.
Os inquéritos em apuração envolvem os crimes que o jornalista vinha cobrindo e as mortes dos próprios repórteres. A polícia não esclarece se os policiais presos tiveram envolvimento nas mortes do repórter e do repórter fotográfico do jornal "Vale do Aço".
Uma força-tarefa está cuidando das investigações, com cinco promotores nomeados pela Procuradoria Geral de Justiça. A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República também acompanha o caso.
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