Governo não vai agir para alterar Lei da Anistia, diz ministro
O governo não vai agir para alterar a Lei da Anistia, que garante a não punição aos envolvidos nas mortes, torturas e desaparecimentos ocorridos na ditadura militar (1964-1985).
A afirmação foi feita nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. "O governo tem a posição de não encaminhar qualquer proposta [legislativa ao Congresso] de revisão da lei", disse, em entrevista coletiva. "Existe uma decisão do Supremo Tribunal Federal [de 2009, que corroborou a tese de que a anistia vale para todos os crimes do período] à qual estamos vinculados."
Comissão da Verdade fala em rever Lei da Anistia, mas ministro se opõe
Membro da Comissão da Verdade diz ser contra recomendar punição de torturadores
A entrevista, chamada pelo próprio Cardozo, foi realizada um dia depois de membros da Comissão Nacional da Verdade, órgão criado pela presidente Dilma Rousseff mas de funcionamento autônomo, falarem que são favoráveis à responsabilização dos agentes envolvidos nas violações aos direitos humanos.
Sérgio Lima - 21.mai.13/Folhapress | ||
Audiência de apresentação de resultados de um ano de trabalho da Comissão da Verdade |
Há a possibilidade de que a comissão faça uma recomendação nesse sentido em seu relatório final --a ser entregue em dezembro de 2014, quando termina seu prazo de funcionamento.
Questionado se deve ser cumprida sobre a decisão da Corte Interamericana dos Direitos Humanos de 2010, na qual o Brasil foi condenado a identificar e punir os responsáveis pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerrilha do Araguaia, ele afirmou que o Executivo deve cumprir as decisões do Supremo.
Cardozo lembrou que a Comissão Nacional da Verdade, conforme determina a lei que a criou, não tem caráter punitivo.
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