Jaques Wagner compara queda de popularidade de Dilma à de Lula, durante mensalão
O governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), comparou nesta terça-feira (2) a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff depois da onda de protestos pelo país ao momento vivido pelo ex-presidente Lula, em 2005, quando veio à tona o escândalo do mensalão.
"Eu acho que toda análise agora é precipitada. Nós estamos no calor do evento [as manifestações populares]. Evidentemente, todo mundo que tem responsabilidade nas administrações municipal, estadual e federal recebe repercussão do que aconteceu", disse Wagner à Folha, durante a comemoração pelos 190 anos da Independência da Bahia.
"Agora, isso não quer dizer que essa coisa permanece. O [ex-presidente] Lula, no meio de 2005, que era o ápice daquela coisa do mensalão, por um outro motivo, ganhou a eleição [um ano depois]. Então, eu acho que as pessoas querem interpretar o futuro com a fotografia do momento", completou o governador.
Segundo pesquisa Datafolha finalizada no último dia 28, a avaliação positiva de Dilma caiu 27 pontos em três semanas. Hoje, 30% dos brasileiros consideram a gestão da petista boa ou ótima. Na primeira semana de junho, antes da onda de protestos que irradiou pelo país, a aprovação era de 57%.
Em março, seu melhor momento, o índice era mais que o dobro do atual, 65%.
Entre junho e dezembro de 2005, o Datafolha registrou que o percentual de eleitores que avaliava o governo Lula como ótimo ou bom caiu de 36% para 29%, enquanto o percentual que avaliava sua gestão como ruim ou péssima subiu de 19% para 28%.
Lula recuperou sua popularidade no ano seguinte. Em agosto de 2006, 52% o avaliavam como ótimo ou bom.
Na segunda-feira (1º), questionada sobre como recebeu a pesquisa Datafolha, Dilma limitou-se a dizer que "nunca comentou pesquisa".
Jaques Wagner ainda elogiou a resposta da presidente, ontem, que afirmou que seu governo não era "padrão Fifa", mas "padrão Felipão".
"Felipão deu uma demonstração que é possível organizar qualquer área, seja ela trabalhadora, empresarial", disse, sobre o título da seleção brasileira na Copa da Confederações, no domingo (30).
Ele também negou que sua administração na Bahia seja "padrão Fifa". "É uma comparação indevida. A Fifa cuida de um espetáculo. Aqui, nós fizemos por exemplo o Hospital do Subúrbio, premiado internacionalmente", declarou o governador.
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