Em recado ao Congresso, Dilma critica criação de despesas sem indicação de fontes
Em meio a um clima de preocupação no governo federal com a possibilidade de o Congresso tornar obrigatória a execução de emendas parlamentares, a presidente Dilma Rousseff reclamou da criação de despesas sem garantias de recursos para custeá-las durante discurso nesta quarta-feira (7) em Varginha, Minas Gerais.
A presidente citava a possibilidade de destinação de 10% do PIB para a educação, mas a afirmação soou como recado aos deputados que tentam aprovar na Câmara o chamado "Orçamento impositivo", pelo qual o governo fica obrigado a pagar as emendas parlamentares aprovadas. A proposta foi aprovada na noite desta terça (6) pela comissão especial criada para analisar o projeto.
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"Quando nós contemplamos a possibilidade de fato chegar a gastar os 10% do PIB [em educação], nós tomamos uma medida [planejada]. Porque no Brasil tem algumas coisas que são engraçadas: o pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz de onde sai o dinheiro", afirmou a presidente, em visita a Varginha, no sul de Minas Gerais.
Para reforçar a crítica, Dilma se dirigiu ainda aos prefeitos presentes ao evento no campus avançado da Unifal (Universidade Federal de Alfenas).
"Vocês são prefeitos e prefeitas: nós sabemos que para você aumentar [as despesas], você tem que dizer de onde sai [o dinheiro]", completou, retomando em seguida o tema educação.
Roberto Stuckert Filho/Divulgação/PR | ||
Presidenta Dilma Rousseff ao lado de Aloizio Mercadante (Educação) durante inauguração de campus em Varginha (MG) |
PROTESTOS DE JUNHO
Dilma enfatizou o tema do comprometimento de 10% do PIB para a educação após a estudante da Unifal Rafaela Carvalho, representante do centro acadêmico, cobrar a medida em discurso que abriu a cerimônia de inauguração do campus.
A presidente elogiou a atitude de "reivindicação" da estudante e terminou dizendo que as manifestações de junho passado foram "para o bem", porque acelerou o processo legislativo de vinculação dos royalties do petróleo à educação.
"Estamos nesse momento que é especial. Algumas coisas às vezes vêm para o bem, e vieram para o bem essas manifestações, no sentido de acelerar esse processo", disse a presidente.
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