Polícia Federal ajudará a investigar morte de coronel da ditadura
A Polícia Federal vai participar das investigações sobre o assassinato do coronel reformado Paulo Malhães, 76. Ele foi morto um mês depois de admitir à CNV (Comissão Nacional da Verdade) que torturou e matou presos políticos na ditadura militar.
O reforço da PF foi um pedido do coordenador da CNV, Pedro Dallari, ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. O ministro já entrou em contato com o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame.
A CNV suspeita que o coronel tenha sido vítima de queima de arquivo para não incriminar outros agentes da ditadura.
"É um fato muito grave. A polícia ainda vai investigar o caso, mas a possibilidade de a morte do coronel ter ligação com seu depoimento é muito grande", afirmou Dallari à Folha.
"O crime pode ter tido a finalidade de queima de arquivo, para impedir que o coronel Malhães continuasse a falar ou de intimidação, para impedir que outros falem."
O coordenador da CNV acrescentou que a morte do coronel pode atrapalhar as investigações de crimes da ditadura. Em 25 de março, ele assumiu a responsabilidade por mortes, mas se recusou a identificar outros torturadores.
"Malhães ainda não tinha contado tudo o que sabia. Se ele tinha detalhes dos acontecimentos, também sabia os nomes das pessoas envolvidas neles", afirmou Dallari.
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