Polícia reprime protesto contra a Copa e agride dois jornalistas no Rio
A manifestação anti-Copa marcada para este sábado (25) próxima ao Maracanã, onde ocorreu o jogo Colômbia e Uruguai, reuniu cerca de 300 pessoas e foi dispersada a golpes de cassetete pela Polícia Militar do Rio trinta e cinco minutos depois de ter começado.
A reportagem viu ao menos cinco pessoas sendo detidas e conduzidas para viaturas. Não havia nenhum tipo de confronto quando a PM agiu.
O protesto, convocado pela Frente Independente Popular, teve pouca adesão. Mesmo assim, os manifestantes saíram às 18h da Praça Saens Peña, na Tijuca, zona norte, e tomaram a direção do Maracanã.
Em número bem maior, a PM se antecipava aos ativistas e fazia cordões para impedir o progresso da marcha a cada esquina. Quando os manifestantes viraram na rua Pereira Nunes, direção da avenida Maracanã, houve uma indecisão entre que caminho seguiriam.
Policiais com roupa reforçada e cassetetes aproveitaram o momento e avançaram com violência contra os manifestantes, que apenas gritavam palavras de ordem e carregavam faixas. A partir daí, houve uma série de detenções. Segundo a PM, 15 pessoas foram detidas por desacato e agressão.
Alguns policiais usaram cassetetes contra jornalistas com câmeras que tentavam registrar as prisões. Um fotojornalista do jornal "O Estado de S.Paulo" teve o para-sol de sua máquina fotográfica quebrado por um policial.
Um helicóptero da polícia, diversas motocicletas e ao menos seis viaturas do Batalhão de Choque acompanhavam a movimentação.
Um grupo ainda menor de manifestantes prosseguiu de volta para a praça Saens Peña, onde o protesto havia começado.
Quando os manifestantes chegaram na praça, a polícia lançou uma bomba de efeito moral sem motivo aparente, em direção oposta ao local onde estavam os integrantes da marcha. Estilhaço atingiu a perna do fotógrafo da Folha, Fábio Teixeira.
Em nota, a PM afirmou que os manifestantes jogaram bombas caseiras nos policiais do Batalhão de Grandes Eventos. A reportagem da Folha não presenciou o lançamento de bombas por parte dos manifestantes.
Uma parte deles concentrou-se em uma faixa da avenida Conde de Bonfim, que passa ao lado da praça. A polícia liberou a via. Um fotojornalista do jornal carioca O Dia foi cercado e empurrado por um grupo de policiais até sair da pista. Ele estava identificado com crachá de imprensa e mostrou a credencial.
Ainda na praça, as 18h35, exatamente trinta e cinco minutos após terem iniciado o protesto, os manifestantes fizeram um jogral e decidiram encerrar o ato.
A Folha entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para que explicassem as agressões aos jornalistas, mas não obteve resposta.
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