Novo delator da Lava Jato diz que recebia mesada de R$ 100 mil para ficar calado
Mais novo delator da Operação Lava Jato, o lobista Fernando Moura afirmou que chegou a receber, por mês, propina de até R$ 100 mil no exterior de fornecedoras da Petrobras para manter segredo sobre o esquema de corrupção na estatal.
Na delação autorizada pela Justiça nesta segunda (21), Moura também indicou que o ex-secretário-geral do PT (Partido dos Trabalhadores) Silvio Pereira mandou que ele buscasse propina ligada a obras de uma refinaria da Petrobras em 2004 no escritório de outro lobista.
Apontado pelo Ministério Público como homem de confiança do PT e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, Moura relatou que deixou o país em 2005 após receber uma "dica" de Dirceu para "cair fora" em razão do escândalo do mensalão. Porém, não apontou ligações do ex-ministro com o esquema.
Segundo a delação, no período de 2006 a 2010 em que morou nos EUA, Moura recebeu propina mensal de R$ 100 mil das empresas Hope e Personal, que são acusadas de corrupção no caso. O suborno, qualificado de "cala boca" por Moura, diminuiu para R$ 60 mil de 2010 a 2012.
Sobre a quantia buscada a mando de Pereira, Moura disse que o valor foi de R$ 350 mil e saiu dos cofres da construtora Camargo Corrêa. Segundo ele, o ex-dirigente do PT disse que o dinheiro seria usado nas eleições de 2004.
A Camargo Corrêa e a Hope informaram que colaboram com as investigações. A Personal relatou que se manifestará após ter acesso às apurações. O advogado de Pereira não se manifestou.
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