Lula afirma que cobra US$ 200 mil por palestra, 'igual a Bill Clinton'
O ex-presidente Lula disse em depoimento à Polícia Federal, divulgado nesta segunda-feira (14), que cobra tarifa fixa de US$ 200 mil (cerca de R$ 730 mil) por palestra, "nem mais e nem menos".
Ele disse que o foco de suas conferências, contratadas por grandes empresas e instituições, era "vender" o Brasil, explicar o progresso do país durante seu governo e falar das "grandes oportunidades" de negócios no futuro para atrair investidores.
As palestras de Lula são alvo de apuração da Operação Lava Jato, que investiga se as empresas que o contrataram teriam se beneficiado posteriormente em suas relações com o governo do PT. O petista nega as acusações.
O ex-presidente disse que resolveu dar palestras porque era o rumo "mais decente e mais digno" que poderia tomar. Ele afirmou ter recusado convites para ser conselheiro de multinacionais.
Lula contou ainda que, em 2011, viajou muito para o exterior pois não queria atrapalhar Dilma Rousseff, que iniciava seu primeiro mandato.
Segundo ele, depois de 2013, o ritmo de suas conferências teria caído por causa da crise e da falta de grandes projetos sobre os quais falar.
"Eu não quero mais viajar só falando do meu governo porque já faz seis anos que eu deixei o governo".
O ex-presidente explicou que o valor de sua tarifa foi estabelecido com base no que cobraria o ex-presidente norte-americano Bill Clinton:
"Nós pegamos um valor do Bill Clinton e falamos o seguinte: 'Nós fizemos mais do que ele, então nós merecemos pelo menos igual'".
Segundo reportagem do "Washington Post", Bill Clinton e sua esposa, Hillary Clinton, pré-candidata à Presidência dos EUA pelo Partido Democrata, receberam em média US$ 250 mil por conferência entre 2014 e 2015.
A reportagem se baseou em informações das finanças do casal divulgadas por Hillary à Comissão Eleitoral americana. Mas, segundo a mídia norte-americana, o casal não cobra uma tarifa fixa.
Hillary teria recebido mais de US$ 300 mil para falar em eventos de grandes empresas. Já o ex-presidente coletou US$ 750 mil em um evento promovido pela Ericsson, em Hong Kong, em 2011.
A tarifa de Clinton teria subido depois que Hillary ocupou a Secretaria de Estado no governo Obama (entre 2009 e 2013).
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