Decisão de Moro pode atrapalhar candidatura de Lula em 2018; entenda
Rodrigo Félix Leal/Futura Press/Folhapress | ||
O juiz federal Sergio Moro |
Com a aceitação da denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, agora réu pela segunda vez na Lava Jato, o juiz federal Sergio Moro pode mudar as perspectivas eleitorais do petista.
Acusado de corrupção e lavagem de dinheiro, Lula estava, até a mais recente pesquisa do Datafolha, divulgada em julho, na frente em uma hipotética corrida eleitoral simulada pelo instituto.
Com 22% de intenções de voto, o ex-presidente se mantinha na frente de Marina Silva (Rede) e Aécio Neves (PSDB), com respectivos 17% e 14%. Quando o cenário é composto por José Serra como o candidato do PSDB, Lula chega a 23%.
Apesar do favoritismo no primeiro turno, o ex-presidente é o campeão de rejeição: 46% dos entrevistados disseram que não votariam no petista de jeito nenhum. Aécio e Michel Temer se encontram empatados em segundo lugar, com 29%.
Em disputas diretas do segundo turno, ele perderia em todos os cenários pesquisados: para Aécio (38% contra 36%), Marina (44% contra 32%) e o tucano Geraldo Alckmin (38% contra 36%).
Caso condenado por Moro em primeira instância e pelo TRF (Tribunal Regional Federal) em segunda instância, Lula se tornará inelegível por oito anos pela Lei da Ficha Limpa. Não poderá disputar, portanto, qualquer cargo público até 2024, quando terá 78 anos.
A CORRIDA PELA PRESIDÊNCIA EM 2018 - Cenário 2 | Com Alckmin (PSDB)
A CORRIDA PELA PRESIDÊNCIA EM 2018 - Cenário 3 | Com Serra (PSDB)
A CORRIDA PELA PRESIDÊNCIA EM 2018 - Cenário 4 | Com os três tucanos
A CORRIDA PELA PRESIDÊNCIA EM 2018 - Rejeição, em %
O PROCESSO
A ação penal contra Lula começou a partir do momento em que Moro aceitou a denúncia contra ele. Durante o processo, o juiz ouvirá as partes: a acusação –Ministério Público–, a defesa de Lula e as testemunhas.
Se Lula for condenado, poderá recorrer em liberdade e sua defesa poderá questionar a decisão de Moro, levando o processo para segunda instância. Caso condenado novamente, Lula não poderá recorrer em liberdade, mas seus advogados terão a possibilidade de entrar com recurso sobre a decisão, o que levará o processo a um tribunal superior.
Mesmo se condenado em segunda instância e absolvido posteriormente, Lula pode não disputar as próximas eleições. Segundo a Lei da Ficha Limpa, candidatos que tenham sido condenados por um órgão colegiado são impedidos de disputarem nova eleição ou assumir um novo mandato –ainda que caiba recurso.
FAVORITO
O ex-presidente manteve um estável favoritismo nos últimos nove meses, com um declínio de três pontos percentuais em março –mesma época em que foi levado coercitivamente para depor na Lava Jato. No mês seguinte ao episódio, recuperou as intenções de voto anteriores e até melhorou, chegando a 22% no meio de julho.
- Confira a intenção de voto em Lula para presidente em 2018, ao longo das últimas pesquisas do Datafolha:
- 16 e 17/12/15: 20%
- 24 e 25/02/16: 20%
- 17 e 18/03/16: 17%
- 17 e 18/04/16: 21%
- 14 e 15/07/16: 22%
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade