Temer estuda fazer pronunciamento para rebater Janot
Apu Gomes/AFP | ||
Presidente Michel Temer em pronunciamento |
O presidente Michel Temer estuda fazer neste sábado (16) um pronunciamento no Palácio do Planalto para rebater a segunda denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Segundo a Folha apurou com um auxiliar de Temer, a ideia veio depois de o presidente conversar com seu advogado, Antonio Cláudio Mariz, e com seu marqueteiro, Elsinho Mouco, na tarde desta sexta-feira (15), em São Paulo.
A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto disse não saber de qualquer pronunciamento.
Um assessor de Temer, no entanto, confirmou a intenção de o presidente fazer a fala para rebater a denúncia de organização criminosa e obstrução de Justiça, apresentada na quinta-feira (14).
Caso faça de fato a manifestação neste sábado, Temer deve partir para o enfrentamento com Janot, que deixa o cargo no domingo (17).
Logo após a apresentação da denúncia, o Palácio do Planalto rebateu a acusação em nota, segundo a qual a peça da Procuradoria-Geral da República está "recheada de absurdos" e Janot "continua sua marcha irresponsável".
O pronunciamento seguiria a mesma linha.
O entorno do presidente tem qualificado a nova denúncia como frágil, sem novidades e sem provas.
A defesa de Temer quer que a nova denúncia apresentada contra o presidente não seja enviada à Câmara enquanto não for concluído um julgamento que pode afetar a validade das provas produzidas com a delação da JBS.
Na quarta-feira (20), o STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar o julgamento de uma questão de ordem levada ao plenário pelo ministro Edson Fachin, relator do caso, sobre a possibilidade de suspender novas medidas de Rodrigo Janot até que se decida sobre a validade das provas da delação da JBS.
A defesa de Temer alega que as provas entregues pelos delatores da JBS não devem ser consideradas pela Justiça. Os advogados afirmam que a colaboração de executivos da empresa foi direcionada por integrantes da PGR.
Para que Temer vire réu por esses crimes, a Câmara deve autorizar a abertura de uma ação penal contra o presidente no Supremo. Para isso, são necessários os votos de ao menos 342 deputados. No início de agosto, os deputados rejeitaram o prosseguimento de uma denúncia por corrupção contra Temer.
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