Empresa deve se adequar aos novos tempos, diz presidente da EBC
Marcello Casal Jr - 20.mai.2016/Agência Brasil | ||
O Jornalista Laerte Rímoli em maio de 2016 quando assumiu a presidência da EBC |
O presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), Laerte Rímoli, afirma, em entrevista à Folha, que a empresa é hoje um "mastodonte" e que precisa se adequar aos novos tempos.
Ele defende a existência da estatal, no entanto, e afirma que a empresa "não é um rebotalho".
Rímoli esteve recentemente envolvido em uma polêmica sobre racismo.
O jornalista compartilhou um post contendo ironias à declaração da atriz Taís Araújo sobre o temor que ela disse ter sobre o futuro de seu filho por causa de discriminação racial.
Após a repercussão em redes sociais, ele pediu desculpas sobre o episódio.
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Folha - Qual é hoje o custo da EBC?
Laerte Rímoli - A empresa toda custa R$ 680 milhões anuais, sendo que R$ 350 milhões são gastos em salários. Nós temos uma capacidade de investimento mínima, porque as novas mídias são caras. A capacidade em média é de R$ 10 milhões anuais, mas neste ano conseguimos chegar em R$ 30 milhões com medidas administrativas.
A existência dela se justifica?
A EBC é a empresa de comunicação da oitava economia do mundo. Ela não é um rebotalho. Os que querem diminuí-la e querem o fim da TV Brasil esquecem que qualquer país gasta dinheiro com divulgação de suas iniciativas. Se acabar com a EBC, terá de se contratar e gastar com uma empresa privada e terceirizada.
Por que vocês decidiram fazer um Programa de Demissão Voluntária?
As empresas de comunicação estão enxugando. E aqui temos um mastodonte, porque essa é uma empresa pesada. Ela é concebida em moldes antigos e precisa se adequar aos novos tempos, para o universo da web. O PDV foi feito a um público-alvo de 554 funcionários. Há pelo menos 220 pessoas que querem nitidamente se habilitar. O objetivo é fazer uma boa gestão financeira para que a empresa esteja enxuta em 2019 para a próxima gestão.
A EBC cobrirá a eleição presidencial?
Sim, a eleição presidencial é de interesse público, de interesse do país. Será a principal cobertura do ano que vem. Nós temos estruturas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Maranhão e focaremos nessas quatro praças, já que não temos capacidade para viajar o Brasil. Mas recebemos materiais também de emissoras televisivas, por exemplo, de Minas Gerais e Bahia.
A audiência da TV Brasil segue na média de menos de um ponto?
Não, nós conseguimos chegar em um ponto neste ano de média. E conseguimos pico de quatro pontos no Carnaval deste ano, com o desfile das escolas de samba campeãs. O nosso objetivo é chegar a uma média de dois pontos, que é o que buscam as televisões públicas do mundo inteiro.
Por que manter o programa "A Voz do Brasil"?
"A Voz do Brasil" é um instrumento que o país tem para informar. E informar principalmente populações que vivem em locais distantes ou isolados. O programa é distribuído para 70 milhões de pessoas.
Há um movimento em defesa do fim do programa.
Esse movimento nunca chegou a lugar nenhum e agora deu uma arrefecida.
Andre Melo - 05.dez.2017/Agência Tempo | ||
Funcionários protestam contra desmonte da EBC e contra reforma da Previdência no centro do Rio |
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