Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
Publicidade

Serafina

Brad Pitt e Angelina Jolie, dez anos depois: crise, só na frente das telas

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Em agosto de 2014, quase dez anos depois de se apaixonarem durante as filmagens de "Sr. & Sra. Smith", Brad Pitt, 51, e Angelina Jolie, 40, duas das maiores celebridades do universo hollywoodiano, decidiram se casar oficialmente.

Após a cerimônia íntima, realizada em uma vinícola no sul da França, em vez da esperada lua de mel faraônica em alguma ilha no Pacífico, os dois decidiram filmar "À Beira Mar", um drama dirigido e escrito por Angelina Jolie sobre um casal em crise no casamento.

Foto Divulgação/ Universal Pictures
Juntos de novo - Mais de dez anos depois de se apaixonarem em um set de filmagens, Angelina Jolie e Brad Pitt se isolam em Malta com a filharada para gravar o longa "à beira mar"#serafina92
Juntos de novo - Mais de dez anos depois de se apaixonarem em um set de filmagens, Angelina Jolie e Brad Pitt se isolam em Malta com a filharada para gravar o longa "À Beira Mar"

"Todos os meus amigos perguntaram se eu estava louco, se estaria tomando a decisão certa", brinca Brad Pitt em entrevista à Serafina, em Nova York. "Decidimos que queríamos fazer algo com a família. Não teríamos feito se nossa relação não fosse tão forte e diferente da vivida pelos personagens."

Com a vida dividida entre a loucura de Los Angeles e a calmaria rural da Provença —o que Pitt chama de "bases principais" da família—, o casal e os seis filhos se mandaram para Mgarr ix-Xini, uma baía na ilha de Gozo, em Malta.

O local, que o ator conheceu durante as filmagens de "Guerra Mundial Z" (2013), veio a calhar como cenário da França dos anos 1970 que Angelina tinha em mente. Ali, ocorre a reavaliação amorosa do personagem Roland (Pitt), um escritor com bloqueio criativo, e Vanessa (Jolie), uma ex-dançarina em crise emocional após abandonar os tablados "por estar velha".

"Ela [Angelina] escreveu o roteiro anos atrás, logo depois da morte de sua mãe, num período difícil para nós. Mas não fiquei nem um pouco surpreso quando li o roteiro e vi a profundidade dele. Minha mulher é muito intensa, e digo isso no melhor dos sentidos, além de ser muito versátil", conta Pitt. "Sempre desejamos fazer algo juntos novamente, mas não queríamos nos repetir e fazer um novo 'Sr. & Sra. Smith'."

O ator diz não se arrepender da decisão de trocar a lua de mel pelo trabalho ao lado da mulher. "Admiro muito o que [o diretor] John Cassavetes e [sua mulher, a atriz] Gena Rowlands fizeram juntos e o estilo de filmagem deles. É um sentimento de fazer algo em família, mas cool."

CASA DE PEDRA

Os Jolie-Pitt se fixaram em Malta, a poucos metros das únicas três locações do filme: um hotel, um restaurante à beira mar e uma praia. "Nossos filhos estavam sempre conosco em uma casa de pedra que alugamos. Ficamos todos espremidos por um bom tempo e foi uma experiência linda. Era tudo o que queríamos: ficar longe do barulho que cerca nossas vidas."

Durante as filmagens do longa, Pitt enfrentou situações únicas na carreira. Em determinado momento, a personagem de Angelina fica nua na banheira. Quando a diretora-atriz precisou sair da água para verificar como ficou a cena, lá estava o marido, de toalha em mãos, para enrolar a mulher.

O ator sabe que "À Beira Mar", com diálogos longos, sentimentos ambíguos e um quadrilátero amoroso formado também pelos atores franceses Melvil Poupaud ("Laurence Anyways") e Mélanie Laurent ("Bastardos Inglórios"), não é um filme para os fãs do estilo de "Malévola" ou "Sr. & Sra. Smith".

"Estou curioso para ver como as pessoas vão reagir quando descobrirem o filme, porque ele não se encaixa no 'zeitgeist' do cinema atual. É uma obra para ver e ponderar", conta. "Imagino que será um daqueles filmes descobertos anos depois do lançamento." A estreia nos cinemas será no dia 3 de dezembro.

Ele fala com a experiência de quem está prestes a completar 25 anos sob os holofotes de Hollywood, desde que apareceu como o caubói de "Thelma & Louise", de Ridley Scott. Com tanto tempo de estrada, Pitt admite que já sabe quando um filme possui "mágica ou não" durante as filmagens, mas que "nunca olha para o passado", apesar de confessar "não ter orgulho de ter feito 'Troia' (2004)", épico de Wolfgang Petersen.

"Não vejo meus filmes, mas quando estou zapeando pelos canais e assisto a algo antigo que fiz, posso parar e pensar: 'Foi uma escolha interessante'."

O passado rendeu a ele seu primeiro Oscar. Apesar de ter sido indicado para melhor ator coadjuvante em 1996 por "Os 12 Macacos", de Terry Gilliam, e melhor ator por "O Curioso Caso de Benjamin Button", em 2009, e "O Homem Que Mudou o Jogo", em 2012, ganhou a estatueta como produtor de "12 Anos de Escravidão", melhor filme de 2014.

O próximo passo de Pitt é testar o Netflix. "War Machine", sátira política comandada pelo diretor australiano David Michôd ("Reino Animal") com o astro no papel principal, foi recusada pelos grandes estúdios, que não queriam bancar os US$ 60 milhões de orçamento.

O temor era que a adaptação do livro "The Operators", relato de Michael Hastings sobre os bastidores de um batalhão americano no Afeganistão comandado por um general com síndrome de rock star, não se pagaria. Mas o Netflix assumiu o risco e irá lançá-lo simultaneamente nos cinemas e no serviço sob demanda, em 2016.

"Há um paradigma muito interessante hoje em dia. Os filmes de orçamento mediano com conteúdo mais complexo parecem não se encaixar nos planos de negócios dos executivos de cinema. São considerados caros e o retorno é muito arriscado", conta Pitt.

"Não preferi ir para o Netflix, mas foi difícil achar algum estúdio de cinema que apoiasse o projeto. Essa nova avenida de entrega de conteúdo audiovisual se abriu e é muito interessante. É uma aposta, mas faz sentido para mim. Não levamos mais em conta a importância da longevidade dos filmes, somos definidos por um fim de semana de sucesso ou fracasso. Isso é péssimo."

Outra aspiração dele é "falar pelo menos duas línguas fluentemente até morrer". Para o ator, "À Beira Mar" serviu também como desculpa para melhorar seu francês "comme ci, comme ça", ou seja, mais ou menos.

Ator e produtor bem sucedido, ele diz que não pretende seguir os passos de Angelina Jolie na direção. "Não tenho o menor desejo, até porque toma muito do seu tempo. Sem falar que minha mulher é melhor nisso."

Mais opções
  • Enviar por e-mail
  • Copiar url curta
  • Imprimir
  • Comunicar erros
  • Maior | Menor
  • RSS

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Envie sua notícia

Siga a folha

Livraria da Folha

Publicidade
Publicidade
Voltar ao topo da página