Sob nova direção, 'Candy Crush' tenta voltar a transformar vício em dinheiro
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Game "Candy Crush", o principal produto da King |
Ao pagar US$ 5,9 bilhões pela criadora do game "Candy Crush", a Activision Blizzard (dona de títulos de extraordinário sucesso como "Call of Duty") tenta deixar a sala de estar ou o quarto dos usuários de seus títulos e chegar às mãos de potenciais consumidores, por meio dos smartphones –um mercado que deve movimentar mais de US$ 36 bilhões neste ano e crescer, no acumulado, mais de 50% entre 2015 e 2019.
Trata-se da maior aquisição nesse mercado desde que a Microsoft comprou a desenvolvedora do "Minecraft" no ano passado, por US$ 2,5 bilhões.
A King, criadora do "Candy Crush", tem encontrado dificuldades para manter o sucesso do game. Sua receita caiu 18% no segundo trimestre, para US$ 490 milhões no segundo trimestre deste ano, algo que a companhia atribui à estagnação da franquia do jogo.
A empresa obtém recursos vendendo opções pagas dentro do jogo, como a compra de vidas extras e novas fases.
"Candy Crush" ainda representa mais de um terço da receita da companhia, e o gasto geral dos usuários em games da King caíram 13% no período, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Apesar disso, o jogo se mantém absolutamente "viciante" (olhe em volta no ônibus ou no metrô no caminho para o trabalho e você vai ver gente usando o game no celular). Recentemente, um parlamentar britânico foi criticado por ser pego usando o jogo durante uma audiência no Parlamento.
O presidente-executivo da Activision Blizzard, Bobby Kotick, afirma que a compra vai ajudar a aumentar o alcance dos jogos desenvolvidos pela empresa. Os títulos da King têm mais de 500 milhões de usuários ativos mensais em quase 200 países, e 60% de seus jogadores são mulheres.
"Além do YouTube e do Facebook, não há uma rede global que seja tão grande em número de usuários", diz o executivo. "Uma grande parte da oportunidade é explorar o capital intelectual que existe na Activision Blizzard e ver se ele faz sentido nessa rede."
Para os analistas Brian Pitz e Brian Fitzgerald, da consultoria Jefferies, ao comprar a King, a Activision entra no setor. Entretanto, para eles, replicar o sucesso de "Candy Crush" não será tarefa fácil.
"Nós esperamos uma boa dose de ceticismo dos investidores, especialmente por causa do tamanho do acordo", escreveram os analistas.
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